Hoje partilho um relato de um parto, na verdade o parto mais rápido que acompanhei. Não que tivesse dúvidas, não que não acreditasse no seu potencial, mas quem conhece a Joana no dia a dia, não a iria reconhecer. Tão ativa, tão presente, tão conectada, tão cheia de coragem, não vi medo algum :)….agradeço Joana e João por me terem permitido estar presente num momento tão intenso e bonito 🙂
“Segunda feira, 26 de janeiro, aula de yoga de manhã, almoço com mamãe e um pequeno passeio de 50m porque as costas não deixavam para mais. Descansei cerca de 40m antes de ir buscar o Sebastiao à escola, banho, jantar ao pequeno e fui finalmente eu tomar um chuveiro para relaxar as costas eram cerca das 8 da noite qd o João chegou a casa. Já há dias q as contrações andavam mais fortes mas sem dor, no entanto aseguir ao banho parece-me q tenho um dorzita na zona dos rins, decido deitar um pouco para perceber se vem e vai e se coincide com as contrações. Sabem aquelas situações em q nós sabemos q sim mas ainda achamos que não? Assim estava eu! Resolvi apontar a primeira contração eram quase 21h e elas vinham muito juntas, cerca de 7m, mas foi tão derrepente q eu ainda achava q se calhar não era ! Eram quase 22h ( a referência a horas é só para verem o rápido que foi) qd resolvo que é melhor o avô vir buscar o S. e de seguida ligo à Dra. Radmila. Ela manda-nos para a clínica e saímos de casa eram 22h30.22h45 estou no CTG já sem dúvidas q estou em trabalho de parto pois as contrações não deixam dúvidas 3 dedos dilatação. Sao 23h e tenho ordem para fazer o que quiser “faz a tua dança” sussurra-me a Radmila, tenho à minha disposição uma bola, uma sala tranquila, chá de camomila, e 4 pessoas fantásticas. O meu João, a Márcia, minha querida amiga e doula, Dra Radmila e a Luísa tb da clínica. Aqui vamos nós! Entre contrações a vontade é de nos mexermos, ficar quieta à espera da próxima não, toca a ajudar, não tenham medo de não se lembrar o que fazer, tenho-vos a dizer que até exercícios novos eu inventei!! Rodar a anca era o meu foco, assim como fazer a respiração do Aaaaa e relaxar maxilar e ombros, foi onde me concentrei. Estive sempre presente até a conversar, mas na contração recolhia-me e focava-me nisso. Sei q tive muita sorte em ter o apoio total de quem estava cmg e de estar num ambiente tão ou mais calmo como se estivesse em casa. Estou eu na bola a rodar a bela da anca e a bolsa rompe. Deviam ser umas 23h30, desço para a sala onde está a piscina a parar pelo meio para rodar anca e “aaaaaa” em cada contração. 5 dedos dilatação. Entro na água, 23h40. Mais umas 3/4 contrações e vem uma que acaba numa vontade incontrolável de fazer força, a Dra. nem acredita que esta a ser tão rápido e pede só para ver a dilatação, 10 dedos, eu estou lá com a mão e já lhe sinto a cabeça, tenho ordem para fazer o que quiser. Mais uma e a cabeça sai quase toda, e agora para quem tem medo do rasgar vos digo, rasgou um bocadinho e eu sei quando foi, mas juro, a sensação foi a de alívio, não me doeu, pq foi quando a cabecinha deslizou toda para fora, o q alivia a pressão e eu pensei ok já está agora o resto é fácil, mais 1 ou 2 contrações e ela saiu, eram 23h55!! Estive sempre com as mãos a agarrá-la, sempre tão presente, e fui eu que a “puxei/amparei” para fora. Ela fica debaixo de água a olhar para mim, nuns segundos que me parecem horas, porque a quero abraçar e ao mesmo tempo a quero deixar desfrutar do seu nascer tão tranquilo, uma imagem q nunca vou esquecer, um imediato apaixonar ( pq é a minha 2 filha, no 1 não aconteceu tão imediato ) tiro-a da água, junto a mim, foi tudo tão rápido, tão intenso, e ao mesmo tempo tão tranquilo. A minha Olívia nasceu e eu não podia ter pedido mais.
Mas depois desta descrição toda, quero-vos transmitir o mais importante, o que senti e o que sinto. Senti na altura que sabia o que tinha a fazer, estava super confiante com as ferramentas que tinha. Eu sou suspeita para vos dizer isto pois a professora é minha amiga pessoal he he he, mas falo da minha experiência, o yoga deu-me essa confiança, não me deixando descontrolar ou ter medo da dor que viria, senti uma conexão com o meu corpo que nem sabia que tinha. Sinto com orgulho que fui guerreira, soltei-me sem medos, numa mistura de controle e descontrole no sentido da força da nossa natureza, se é que me faço entender. O nosso corpo manda, só temos que seguir…Sinto-me tão orgulhosa do meu parto!!”
E fica uma foto que tirei 🙂